Comecei a trabalhar com o Programa Escola da Inteligência em agosto de 2014 e, apesar de o trabalho ainda ser recente, já vejo muitas mudanças nas turmas em que aplico essas aulas, isto é, no 1º e 2º ano do Ensino Médio. Gostaria de ressaltar que as mudanças não são somente nos alunos, mas também na minha maneira de enxergar as pessoas e o mundo.
Na faixa etária em que eles se encontram, entre 15 e 17 anos, é muito difícil estabelecer uma relação de confiança, uma vez que se trata da fase de maior mudança: estão deixando de ser crianças e se tornando jovens adultos. É a fase do redescobrimento, das alterações hormonais, das oscilações de humor, dos conflitos em relação ao corpo e ao outro. Sem sombra de dúvidas, a Escola da Inteligência nos aproxima desses alunos e facilita esse processo de descoberta do “quem sou eu no mundo”. Esse fortalecimento de vínculo é recíproco e esses alunos conseguem estender a sala de aula para outros momentos, ou seja, eles passaram a encontrar na escola um forte apoio do qual necessitam.
Como eu já atuo na área da educação há 11 anos, percebo que de certa forma já trabalhava um pouco os conceitos aplicados na Escola da Inteligência, mas claro que intuitivamente e sem um embasamento teórico tão rico. Dessa forma, a EI vem proporcionar um trabalho de prevenção da saúde socioemocional sistematizado e, assim, não precisamos mais trabalhar com os problemas somente quando eles já ocorreram.
Posso dizer que tenho cada dia mais me aproximado dos meus alunos e que tem sido um redescobrimento para mim enquanto pessoa. É apaixonante ver as mudanças de comportamento, de gestos e de ações antes impensadas. Percebo que, perante os olhos dos outros colegas envolvidos no processo educacional, as mudanças são sutis, mas para eu que participo ativamente desse processo, vejo em cada olhar a diferença. Alegro-me quando eles conseguem pensar antes de agir e reagir, quando colocam-se no lugar do outro e isso tem acontecido de maneira efetiva dentro da nossa escola, com campanhas e ações solidárias – o que não acontecia antes das aulas da EI –, com alunos mais proativos e que conseguem liderar o mundo de dentro e, assim, também lideram o mundo de fora. Sim, os meus alunos são verdadeiros líderes multifocais!
Além de tudo isso, percebemos que, após dois anos de desenvolvimento do Programa na escola, os alunos que hoje se encontram no 3º ano do Ensino Médio, após participarem do Programa no 1º e 2º ano, mostram-se mais maduros em relação aos de turmas anteriores à EI: estão mais altruístas, solidários, menos ansiosos com o vestibular e mais seguros, visto que conseguem proteger a emoção. O mais interessante foi saber que o mantenedor do colégio, Fernando Nagib, consegue ter essa mesma percepção e estender esse comparativo para os seus 30 anos de escola. Nesse sentido, ele destaca que esta é, sem dúvida, uma de suas melhores turmas de formandos, o que sem dúvidas é um reflexo do desenvolvimento do Programa.
Diante de tudo isso, não me resta outro sentimento se não a gratidão. Gostaria de agradecer primeiramente ao mantenedor do Colégio Anglo São João, Fernando Nagib, que confiou na minha capacidade de desenvolver esse Programa; depois, agradeço imensamente a cada um da equipe do Dr. Augusto Cury, pelo incentivo, capacitação e dedicação com a qual nos ajuda a aperfeiçoar o nosso trabalho. Tem sido um grande prazer atuar nesta área, porque tenho conseguido, através de todos os ensinamentos que vocês nos proporcionam, me fazer pequena para que meus alunos se sintam grandes, acolhidos e extremamente amados. Obrigada!
Débora Matielo – Professora do Colégio Anglo de São João da Boa Vista/SP