“A inteligência da vida estava na minha escola, através das sábias palavras de um professor, direcionado por um homem exemplar.”
Texto do aluno Pedro, do 9.º ano do Colégio Crescer, de Campinas.
Estou na minha escola há 4 anos, cheguei como um completo inocente que achava que sabia tudo; mas não sabia contar uma história; não tinha amigos.
Dois anos se passaram, e estava eu, no 8º ano, com um professor relativamente novo, um quase completo desconhecido para mim.
Porém, o colégio colocava-se em um plano de aula de filosofia, a chamada “Escola da Inteligência”.
No início – admito – nada que se era falado naqueles 50 minutos semanais me eram relevantes, não só porque não tinha maturidade para conseguir raciocinar aquilo, mas também porque levava comigo as opiniões de meus “amigos”, que sempre argumentavam que aquilo era algo muito, digamos, “autoajuda”.
As primeiras aulas foram chatas, já que, para um garoto de 12, 13, 14 anos, uma aula onde o professor fala, de maneira suave, em tom de conselho, é algo realmente chato.
Entretanto, em 2014, depois de passar uma fase de verdadeira tristeza, me encontrava nas horas sozinho em casa, pensando sobre a minha vida, o meu cotidiano.
Ficava pensando como as minhas opiniões eram totalmente baseadas em fofocas e como, todas as vezes que estava triste, não conseguia desabafar nada com meus pais, senti-me um completo adulto, com um psicológico extremamente frágil, e dependente de um casal, que me deu a vida, e fez tudo o que estava ao alcance deles.
O meu prazer por escrever estava sendo atacado, afinal, só conhecia até então as narrativas, e o desejo de manter as boas aparências se estendiam nos textos.
Um dia, ouvi em uma das aulas de filosofia, o medo das coisas, a partir de então, comecei a pensar sobre um outro olhar, o olhar das coisas vívidas, de um jeito mais humano, com o desejo de ser mais humano e tentar, a qualquer custo, entender as pessoas, e ajudá-las, seja com uma simples palavra amiga, um simples “bom dia”, um “calma, tudo vai dar certo”.
Depois disso, tive o incentivo de um professor que me emprestou um livro e comecei a desenvolver a minha mente, a minha consciência crítica, querendo sair do meu “mundinho”, deixar de ter minhas opiniões baseadas no Jornal Nacional e no que meus amigos, sem conhecimento crítico algum, falavam.
O livro “O cidadão de papel” mostrou-me que a sociedade atual passa por uma fase de extrema individualidade, onde percebi que os problemas de uma pessoa são tomados como um nada para as pessoas melhores economicamente, logo, comecei a entreter-me nos conselhos que a Escola da Inteligência poderia me oferecer.
A partir desse momento, comecei a me afastar de meus amigos durante a aula de filosofia, para conseguir ouvir o professor, para conseguir olhar para ele, sem que ninguém, desinteressado, me desconcentrasse.
As aulas, depois disso, começaram a ficar cada vez mais interessantes e produtivas para mim.
A vida cotidiana, porém, não é constituída por somente belezas; as dificuldades, as tristezas, os problemas são comuns e, muitas vezes, muitas pessoas não conseguem superar uma tristeza, uma dificuldade; e o resto da vida pode ser resumida como uma verdadeira depressão.
Uma pequena e simples palavra, tomou conta da minha vida, tristeza. Depois de momentos de desentendimentos familiares, e a sociedade me enchendo de informações, muitas vezes, supérfluas, fez com que eu não conseguisse drenar e absorver só o necessário… estava começando uma verdadeira depressão e me tornando um louco lúcido do que eu fazia.
A falta de paciência e a não vontade de voltar para casa, além da falta de palavras e conversas, marcaram essa fase da minha história.
Tentando manter as aparências, não conseguia desabafar com ninguém e, tantas vezes, abaixava a cabeça e me retinha a minha própria ignorância.
Nisso, as aulas de filosofias tornaram-se um refúgio, pois era o único momento da minha semana, que alguém – no caso meu professor – falava sobre a vida e os modos de encara-la, sobre as dificuldades, deixando de ser um ignorante e ver a vida de uma maneira multifocal, sendo um líder, não só de pessoas alheias, mas a minha vida que passava por uma gigantesca turbulência.
Mas uma aula que realmente fez uma transição entre o passado e o futuro, para que eu mudasse o meu presente, foi sobre os medos, os tipos de medo, as origens do medo.
Os medos muitas vezes nascidos a partir de mitos e de situações problemáticas não resolvidas – ou muito mal resolvidas!
E, passo a passo, fui passando pelas dificuldades e conseguindo enfrentar os problemas do cotidiano.
Percebi então que a inteligência da vida estava na minha escola, através das sábias palavras de um professor, direcionado por um homem exemplar.
Aprendi nisso a ver os vários lados da vida, a colocar-me no lugar do outro, deixar de pensar em mim e ser um líder, tentando ajudar as pessoas, a dizer uma palavra amiga.
Entendi, também, que quem muda o mundo não é o presidente, nem os políticos, mas nós, sendo um herói anônimo, anônimo ao mundo corriqueiro, mas famoso aos que realmente lhe amam.
Digamos que sempre tive consciência do que fazer ou não, mas o que havia em questão era colocar em prática as teorias.
E, para não dizerem que fiquei apenas em clichês – mesmo sabendo que realmente aconteceu -, mudei até mesmo no futebol, já que comecei a absorver as críticas e a mudar o que estava fazendo de errado; além de não soltar um palavrão que, possivelmente, poderia acabar com a autoestima de uma pessoa, sem esquecer da raiva que poderia nascer ali.
Percebi que há muito tempo, a forma de viver melhor estava ao meu redor, mas não encontrava aquilo dentro de mim, só depois de realmente precisar.
Entendi que as pessoas são imperfeitas e muitas vezes cegas, levadas pelas opiniões erradas, logo, nunca se pode desistir de alguém, afinal você nunca sabe se o dia da redenção dela é hoje, ou amanhã, além de não saber as dificuldades e problemas que ela enfrenta diariamente.
Dyego Fillipe Bendassoli e Escola da Inteligência, eis uma dupla quase perfeita, afinal, me tirou de uma tristeza sem fim, tirou de mim a ideia de suicídio, dando-me o sentimento e o desejo de ser mais humano, de querer um mundo melhor para todos, afinal, todos nós passamos por dificuldades diárias, umas piores que outras.
Eis uma dupla que fez renascer em mim o prazer de escrever, escrever não palavras ao vento, mas em uma estrutura que possibilitasse alguém me entender e se entender, já que até as “tias” sempre estavam certas, afinal, “a dúvida do colega pode ser a sua também”, nesse caso, a dificuldade de alguém totalmente desconhecida, pode ser a sua também, e por que não compartilhar experiências?
Abraços do Pedro, um garoto eternamente grato pelos conselhos que salvaram a minha vida, me mostraram que a vida não se resume àquela avenida que passo diariamente, há mais vidas, e experiências. Sawabona!
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