A metodologia da Escola da Inteligência, além de transformar a vida dos alunos, traz, também, inúmeros benefícios aos professores aplicadores e a toda a comunidade escolar. Assim foi com as professoras Mara e Mayra, do Colégio Singular Júnior, Unidade de Santo André. Confira!
Trabalho nessa escola há 35 anos. Quando comecei, as crianças não eram tão desenvolvidas quanto são agora, eram muito diferentes, e nós evoluímos com elas. Amo o que faço, tudo o que faço é com prazer. Depois de muitos anos, apareceu a Escola da Inteligência, com conceitos que eu trabalhava há anos dentro da sala de aula, só que não percebia detalhes. Errei muito na minha profissão, e, no ano passado, comecei a trabalhar com a EI, e comecei a entender várias situações, entender mais a criança.
Antigamente a gente levava até reguada na cabeça. Hoje, o professor é igual a criança, você tem que se igualar à criança, tem que entrar na fantasia, no mundo da criança. Você não tem que ser a autoridade, tem sim que impor limites e regras, mas respeitar para ser respeitado.
No ano passado, comecei com a Escola da Inteligência. São vários personagens, amei trabalhar, em especial, com o canário cantor. Trabalhei com as crianças, fiz dramatização, tive um resultado excelente com esse personagem. Peguei as crianças tímidas para que cantassem para o grupo delas. Os quatro alunos, na primeira vez que coloquei a música, ficaram tímidos, com gestos tímidos. Na quarta vez, já estavam cantando, se espalhando, com gestos… cantando e participando.
Passou um dia, dois, três, e os resultados foram aparecendo. Tenho uma estagiária dentro da sala de aula e eu pedi, um dia, sem pensar: “Vai na lousa dar andamento à aula”. Ela respondeu: “Não professora, não posso, como vou fazer isso?”. E eu a incentivei, disse que estava ali para aprender, que naquele dia eu seria aluna e ela a professora. Aí o aluno, que participou da dramatização do canário cantor, disse a ela: “Você lembra do Canário Cantor? Não tem que ter medo. Faça que você pode, você vai conseguir”. E foi isso que aconteceu.
Ao contar as histórias para as crianças, descrevendo os personagens, você vai vendo os rostinhos, as crianças se encolhem, se identificam com o personagem: “Eu sou a Tatá!”. E assim vai acontecendo, é o dia a dia, é um prazer trabalhar com esses valores, porque levamos para a casa. Não percebemos, mas vamos mudando, reconhecendo. Pôxa, como fui egoísta, vou ter que pedir perdão, para o ser humano é difícil pedir perdão, então aprendemos a humildade.
A Escola da Inteligência mexe com a emoção, mexeu com a minha emoção. Devemos sempre nos colocar no lugar do outro, eu não percebia isso. Por que aquela criança está quietinha? Alguma coisa aconteceu fora da escola, vamos ver a história dela. Temos que nos colocar no lugar do outro e, para isso, temos conversa, música, dramatização, vários recursos.
Escola da Inteligência não é só o caderno, é o dia a dia, é a vivência, é o concreto, o contato com o ser humano. A mãe não está perto, o pai não está, mas você está. Tenho que ser pai e mãe nessa hora.
Também mudou a minha forma de me relacionar com os meus filhos. Sou mãe de um casal: uma mulher de 31 anos e um homem de 26 anos. Sou corujona, quero eles perto de mim. Meu filho começou a namorar, a moça é uma graça, faz meu filho feliz, e gosto dela. Outro dia ele disse que ia morar em São Paulo com ela. Em outras épocas, eu teria dito não. Mas perguntei se ele estava feliz, se era isso que queria e ele disse que sim. Então eu disse: vai. Me coloquei no lugar do meu filho. A Escola da Inteligência é 10 para mim, é mexer com a emoção o tempo todo.
Leciono no Colégio Singular Júnior há sete anos e, no ano passado, recebi a proposta de ministrar as aulas da Escola da Inteligência. Foi um desafio, mas aceitei, é um material muito bacana, porém complexo, precisamos estar inteirados do assunto para trabalhar com os alunos. Esse ano resolvi abraçar ainda mais a causa, quanto mais temos contato com a metodologia, melhor podemos passar aos alunos.
Percebemos muita coisa positiva nas crianças. Em algumas crianças, nós plantamos a semente, e não colhemos na hora, leva um tempo. Tem um caso específico em que sentia uma enorme resistência a mim e ao conteúdo da EI, por parte de uma aluna. Este ano ela voltou diferente, com um olhar diferente, mudou as atitudes em sala de aula, comigo, percebi que tudo que plantei deu muito certo. Acho que a EI proporcionou isso para mim, para ela e muitos alunos.
Nós falamos dos personagens da Floresta Viva, com suas características, e os alunos se identificam: eu pareço um pouco a Tatá, pois sou teimosa, ou, às vezes fico nervosa, como a Saçá… trazem isso para a gente. Nós também nos identificamos com os personagens, nos vimos muito nas características e atitudes deles. Sinto que a EI veio agregar valor ao nosso colégio e que estamos tendo resultados, inclusive com os pais.
Fizemos uma atividade específica da Escola da Inteligência no Dia dos Pais e eles sentiram um pouquinho do que é a EI. Também na Expo Singular, exposição anual aberta à população e com grande participação de pais, divulgamos as atividades dos alunos que achamos mais significativas e tivemos um retorno enorme dos pais. Eles ficaram encantados com a EI, não imaginavam o que trabalhávamos com as crianças e diziam coisas positivas que crianças falavam em casa, que gostam da aula, as coisas que trabalhamos em sala de aula.
Esse ano tentaremos melhorar fazendo com que todos da escola – funcionários, alunos, professores – se envolvam com a Escola da Inteligência. Já começamos desde o primeiro dia de aula, com algumas dinâmicas voltadas à EI; em nossa exposição, todos os níveis terão atividades voltadas à EI; e assim faremos para, a cada dia, haver maior integração da família e do colégio com a EI.
Também senti mudanças em meu olhar perante os alunos, percebi o quanto eles precisam da gente e somos fundamentais na vida deles. A Escola da Inteligência nos mostra isso, como nossa ação impacta na vida dos alunos. Muitas vezes, inconscientemente, acabamos rotulando um aluno e, a partir desse rótulo, nos distanciamos dele. Não pode ser assim, temos que primeiro trabalhar nosso comportamento para depois trabalharmos com as crianças.