Todos os anos comemoramos o Dia das Mães. Um dia lindo para lembrar da importância da maternidade, mas, sobretudo, é essencial falar de toda essa jornada.
Cada mulher que passa pelo processo da gravidez vivencia um momento único e, também, subjetivo, que provoca muitas mudanças físicas, cognitivas e sentimentais. E essas mudanças dão origem a um tsunami de sentimentos e emoções como alegria, medo, dúvida, angústia, ansiedade e insegurança.
As mães que passam pelo processo da adoção também sentem essas mudanças, em um período que traz muitos sentimentos à tona, todos ao mesmo tempo, principalmente, quando está chegando perto da hora de conhecer o filho tão esperado e tão sonhado.
Quer saber mais sobre as emoções da maternidade e como lidar com elas? Continue a leitura!
O processo antes do Dia das Mães
Tornar-se mãe é uma grande construção na vida das mulheres, é viver a cada dia uma expectativa de algo desconhecido. Mesmo quando não é a chegada do primeiro filho, essas mudanças de sentimentos ocorrem, e cada gravidez, cada adoção, é uma experiência única.
Pensando na gestação, os primeiros três meses são acompanhados por uma alegria imensa. Mas, ao mesmo tempo, são muitas dúvidas e inseguranças, entre elas, preocupações com a carreira profissional e com a saúde da criança.
Por volta do quarto ao sexto mês, o bebê começa a fazer movimentos e o sentimento de alegria vem, não somente para a gestante, mas também para todos da família. É a sensação de que a gravidez se torna “real de fato”.
Já na reta final, podem ocorrer sentimentos como ansiedade, depressão, distúrbios de sono e todos eles são naturais e comuns durante esse período de transformações. Quanto mais apoio, amparo e acolhimento da família, maior será o encorajamento para a chegada da criança.
E, finalmente, quando nasce o bebê, ou em caso de adoção, quando a mãe conhece seu filho, vem a grande expectativa de comemorar seu primeiro Dia das Mães.
As diferentes emoções da maternidade
O primeiro ano traz grandes desejos de conseguir desempenhar um bom papel como mãe.
Da mesma maneira que qualquer estreia em nossas vidas gera um frio na barriga, causado pela ansiedade, assim é para a nova mãe comemorar seu primeiro Dia das Mães.
E esse frio na barriga é apenas o início. Ao longo da maternidade, a mulher vivencia diversas emoções, saudáveis e não saudáveis, muitas dessas provocadas pela síndrome da péssima mãe.
Na sociedade contemporânea vivemos em um momento no qual as mulheres precisam dividir seu tempo entre ser mãe, profissional, esposa, construir um vínculo afetivo com os filhos, se dedicar às amizades, fazer exercícios, ter hobbies, etc.
Se olharmos para o passado, o papel das mães era totalmente diferente do que desempenham hoje. Algumas décadas atrás, as mães já tinham a importante jornada de cuidar da casa e dos filhos. Hoje, participando ativamente do mercado de trabalho, muitas vezes, acabam por ter dupla jornada.
Com o excesso de responsabilidades, vem o sentimento de culpa por não ter tempo para os filhos, por não conseguir cuidar da casa e da família como gostariam.
As consequências da pandemia na vida das mães
Durante a pandemia, essa sensação de culpa aumentou de maneira exacerbada, pois o acompanhamento dos estudos dos filhos ficou ainda mais intenso com as aulas remotas.
Muitas mulheres podem estar, neste momento, trabalhando em casa em regime de home office, cuidando do acompanhamento das aulas remotas, da alimentação da família e dos cuidados com a casa.
Muitas mães podem estar se sentindo péssimas em seu papel, por não conseguirem alimentar as expectativas que elas mesmas podem estar colocando na sua atuação com os filhos.
E com a proximidade do Dia das Mães, esse sentimento pode se tornar ainda mais intenso.
Como superar a síndrome de péssima mãe?
É evidente que a culpa sempre aparece quando a mãe se cobra em excesso, quando coloca expectativas altas e espera muito de si mesma, sem levar em consideração todo o contexto atual para a mulher moderna, que faz tudo ao mesmo tempo.
Algo que pode ser feito é não se culpar por não dedicar tanto tempo à família quanto gostaria. É certo que esse sentimento pode aparecer, mas ao invés de se culpar, o ideal é planejar tempo de qualidade com os filhos:
- Façam ao menos uma refeição do dia juntos
Não importa qual refeição escolher, o importante é que, neste momento, tenham a oportunidade de conversar. Divida sua história e pergunte sobre as deles! Quando dividimos nossa história, cruzamos mundos emocionais com os filhos.
- Tenham um dia da família
Separe um dia especial da semana para ser o dia da família, pode ser até mesmo o domingo. Neste dia, façam atividades especiais, pode ser um piquenique no quintal, uma caminhada no parque, uma visita on-line ao museu.
Deixe também que os filhos sugiram algumas atividades.
- Pense antes de agir e reagir
A culpa pode fazer com que não se tenha autocontrole, por isso, antes de cada ação relacionada à educação dos filhos, pare, respire e reflita antes de agir.
- Planeje soluções para o problema
Às vezes, a culpa virá por imaginar que não se passa tempo suficiente com os filhos. Uma dica muito valiosa é separar pelo menos uma hora por dia para estar com eles.
Como vimos, dedicar um tempo à família depende muito de nossas atitudes, de sermos protagonistas da nossa história. É importante lembrar que os momentos juntos não dependem da quantidade, mas, sim, da qualidade.
E, caso também decida deixar o emprego para cuidar da família, é importante não ter sentimento de culpa, mas ficar feliz com as escolhas que fez inerentes à vida pessoal e familiar. Quando se está feliz, todas as pessoas ao redor são impactadas por este sentimento e, principalmente, os filhos.
Um dia os filhos crescem: como superar o ninho vazio?
Quando os filhos se tornam adultos e iniciam o processo de sair de casa, vários sentimentos tomam conta das mães, então ocorre a síndrome do ninho vazio, que causa uma tristeza muito grande, até comparada a uma depressão.
Sair de casa para dar início a uma nova fase é natural, mas longe de ser um processo simples para as mães. Os impactos emocionais durante essa saída são enormes e, mesmo que a síndrome do ninho vazio seja algo passageiro ou subjetiva, é sempre um momento de reconhecimento das próprias emoções.
Esse turbilhão de sentimentos pode gerar dor emocional. É como se elas se sentissem abandonadas, o que pode desencadear até mesmo algumas doenças que se manifestam no corpo como dermatites, baixa imunidade, entre outras.
Por que tudo isso acontece? Porque as mães, muitas vezes, se esquecem delas mesmas, e passam longos anos somente se dedicando aos filhos.
Mas, então, como lidar com esse momento?
Primeiro, é preciso entender que a saída de casa dos filhos é um processo natural e que eles também precisam de todo o apoio da família.
Depois, é interessante pensar em todos os pontos positivos que a mudança pode trazer, já que em nossa vida estamos sempre cercados de mudanças. Portanto, a melhor forma é aprender a viver com elas.
E, por fim, a forma de lidar com esse sentimento é compartilhar o que está sentindo com o filho, estar sempre em contato e usar sua tecnologia a favor.
Quando se constrói vínculos desde cedo com os filhos, a família se manterá sempre unida, independentemente da distância física que exista.
Vivencie a maternidade de maneira mais leve!
Sabemos que na maternidade haverá muitas emoções e uma delas é o medo. Uma excelente ferramenta para lidar com ele é a mesa redonda do eu. Essa técnica ajudará a questionar todos os medos e preocupações, e com isso ter pensamentos saudáveis. Com a mesa redonda do eu, fazemos uma limpeza nos pensamentos e podemos questionar e reciclar o medo.
- De onde vem esse medo?
- Quais os fundamentos dos meus medos?
- Qual a influência das minhas preocupações na educação dos meus filhos?
- Em que posso melhorar?
Todos esses questionamentos contribuem para melhorar os medos e preocupações, e com isso ganhar qualidade na relação com os filhos.
No dia 9 de maio será comemorado o Dia das Mães. Que nesta data todas as mães possam refletir sobre a importância do seu papel, que saibam que estão fazendo o melhor para seus filhos e que cuidem mais de si mesmas.
E que os filhos possam prestar suas homenagens a quem tanto os amam, valorizar suas mães, respeitá-las e acolhê-las. Gostou do artigo? Aproveite para ler também “Afinal, qual a importância de manter a saúde emocional na família?”
Juliana Aparecida de Aguiar
Graduada em Administração de empresas. Graduada em pedagogia, especialista em docência do ensino superior. MBA em liderança e coaching. MBA especialista em gestão de pessoas, atualmente consultora educacional da Escola da inteligência.