Você já ouviu falar em cyberbullying? Saiba mais sobre esse problema que transcende o ambiente físico da escola e acontece por meio de dispositivos eletrônicos e redes sociais.
O bullying consiste em práticas ofensivas e intimidatórias contra um indivíduo indefeso e tem sido amplamente discutido pela nossa sociedade. Tal discussão mostra-se ainda mais necessária dentro do ambiente escolar, uma vez que, no meio estudantil, essa forma de violência é praticada com muita frequência.
Coordenadores escolares, pedagogos e psicólogos de todo o mundo se esforçam para compreender o problema a fundo e encontrar maneiras de combatê-lo. Com o surgimento da internet e a popularização do uso de redes sociais entre crianças e adolescentes, ele se tornou ainda mais complexo.
O cyberbullying é, por sua vez, considerado uma extensão do bullying “tradicional” para os meios digitais. Em função do alcance da rede ser muito maior, os efeitos dessa prática podem ser ainda mais prejudiciais à saúde mental e emocional da vítima.
Por se manifestar no ambiente virtual, essas ações parecem escapar do nosso controle. A boa notícia é que, com monitoramento adequado e colaboração de profissionais qualificados, podemos reverter a situação. Continue a leitura deste post e saiba como fazer a sua parte!
O que é o bullying virtual?
Também chamado de cyberbullying, essa forma de violência psicológica cometida por indivíduos ou grupos com o intuito de intimidar alguém indefeso acontece no meio digital. Ele pode ser realizado por meio de mensagens, áudios ou fotos ameaçadoras, difamatórias ou ofensivas enviadas em blogs, redes sociais etc.
Em razão do poder de alcance da internet, da dificuldade de remoção dos conteúdos e da possibilidade de ocultação da identidade real, ou seja, do anonimato, as práticas de bullying virtual se revelam ainda mais perigosas e danosas à vítima.
As consequências psicológicas causadas em crianças ou adolescentes que sofreram agressões físicas ou verbais vão desde estresse e ansiedade, podendo chegar à depressão e ao risco de suicídio.
Uma vez que a frequência dos ataques não é mais limitada pelo espaço escolar e a velocidade com que os conteúdos são espalhados pela rede é muito maior, os sentimentos relatados pelas vítimas são de privacidade invadida e medo constante. Há possibilidade também da vítima desenvolver, posteriormente, uma conduta igualmente agressiva.
Aquele que ofende também é atingido pela consequência de seus gestos. Com a sensação de estar protegido pelo anonimato, o agressor se sente cada vez mais à vontade para repetir as ações e atingir outras pessoas.
O comportamento violento é maximizado em razão do público amplo que ele é capaz de atingir. As testemunhas ou os espectadores, em grande parte dos casos, se calam por receio de se tornarem os próximos alvos ou, até mesmo, demonstram apoio às atitudes do ofensor.
Quais são os sinais que ajudam a identificar uma vítima de cyberbullying?
O trabalho conjunto entre família e escola começa na identificação do problema. Uma das maneiras de constatar a ocorrência do bullying é por meio da atenção aos sinais que a vítima emite, isto é, às suas mudanças de comportamento.
Algumas das principais manifestações são:
- queda do desempenho escolar;
- diminuição ou aumento excessivo do apetite;
- isolamento social;
- baixa autoestima;
- comportamento apático;
- dores inexplicáveis;
- silêncio excessivo;
- rejeição a atividades que antes eram consideradas prazerosas;
- choros repentinos;
- medo generalizado.
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Por que monitorar o bullying virtual?
Um estudo feito pela Sam Houston State University mostrou que uma das graves consequências “offline” das ameaças e ofensas virtuais diz respeito ao comprometimento do aprendizado.
Jovens e crianças que sofreram com humilhações e hostilidades nas redes digitais perdem o interesse pelo convívio social e por aprender. Em outras palavras, as vítimas ficam mais isoladas e, frequentemente, querem deixar de ir à escola.
De acordo com essa pesquisa, 29% dos 3.500 alunos entrevistados já tinham sido vítimas de bullying, ao passo que 7% deles já havia sofrido cyberbullying. Segundo os pesquisadores, a tendência é que esse número aumente.
Como prevenir os riscos do uso da Internet?
Monitorar o bullying virtual pode parecer uma tarefa bastante complicada, pois as crianças e os adolescentes de hoje estão cada vez mais conectados, passando grande parte do seu tempo na frente da tela do celular ou do computador.
Além disso, o respeito à privacidade é um ponto considerado necessário para que haja uma relação saudável entre pais e filhos. Isso não significa, no entanto, que os familiares estão de mãos atadas. É possível tomar algumas medidas que colaboram para a diminuição da ocorrência do bullying virtual. Confira!
Atente-se ao que está acontecendo
Quando o seu filho estiver no celular ou no computador, é importante que você esteja por perto. A ideia não é bisbilhotar, mas prestar atenção ao comportamento da criança ou do adolescente ao usar as redes sociais.
Faça restrições de páginas, aplicativos e vídeos impróprios
Smartphones não são brinquedos, e é fundamental que os conteúdos que a criança tenha acesso sejam educativos e saudáveis. Bloquear alguns sites, aplicativos ou vídeos que você considera impróprios é uma das formas de controlar a movimentação do seu filho na internet.
Coíba os agressores
Em certos casos, a melhor coisa que você pode fazer é intervir diretamente. Bloqueie o acesso dos agressores às mídias das vítimas e denuncie-os de acordo com as normas da plataforma em questão (Facebook, Instagram, Twitter, WhatsApp etc.).
Converse com franqueza e paciência
É importante que todas essas dicas tenham como base o diálogo e a orientação por parte dos responsáveis. Mostre-se acessível e busque conversar de modo franco e sensível em relação aos interesses e às práticas da criança ou do adolescente no mundo virtual.
Entenda o papel da escola na prevenção do bullying virtual
As escolas, por sua vez, têm um papel fundamental no combate ao bullying e ao cyberbullying. Inúmeras ações podem ser propostas pelo colégio, como:
- campanhas de conscientização;
- abordagem do tema em sala de aula;
- criação de espaços de fala e escuta coletiva;
- uso educativo da tecnologia;
- realização de atividades que promovam a convivência sadia;
- valorização da diversidade.
Cabe aos gestores reunir toda a equipe escolar para discutir e encontrar soluções e formas de abordagem do tema. Um trabalho em conjunto, que conte com pedagogos e psicológicos, pode ser muito valioso.
Além de tomar consciência da seriedade do problema, é preciso que a instituição cumpra sua função não só de agir com os estudantes, mas de dialogar constantemente e orientar os pais e responsáveis. Como sempre, a prevenção e o diálogo são os melhores remédios.
Vale enfatizar que, além do enfrentamento e da denúncia do agressor, é preciso também intervir em favor da vítima. A intervenção psicológica é, em alguns casos, indispensável para reduzir os danos causados na sua saúde emocional.
Ficou com alguma dúvida ou quer saber ainda mais sobre o assunto? Neste post explicamos tudo a respeito do bullying. Não deixe de conferir!