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Desafios da gestão escolar com a reforma no ensino médioTempo de leitura estimado: 4 min.


Conheça as principais mudanças previstas com a reforma do ensino médio e quais serão os desafios a serem enfrentados pela gestão escolar nos próximos anos.

Já está em vigor a lei 13.145, de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases (LDB) e reestruturou o Ensino Médio. A proposta modifica o modelo tradicional de ensino e torna o currículo mais flexível. Além disso, aumenta a quantidade de horas/aula anuais e amplia o foco na formação técnica e profissional.

Mas como fica essa interação entre os desafios da gestão escolar e a reforma no Ensino Médio? Como promover a inovação nesse ambiente de transição? Confira nas próximas linhas.

Que mudanças a reforma do Ensino Médio gerou na prática?

Com a reforma do Ensino Médio, o Ministério da Educação (MEC) objetiva promover atualizações nos mecanismos que embasam o processo de ensino-aprendizagem, a fim de oferecer uma educação de qualidade, atrelada à realidade dos estudantes atuais, considerando as presentes demandas, tanto com relação ao mercado de trabalho quanto à própria vida em sociedade.

Com isso, as principais alterações na LDB para essa fase do ensino são as seguintes.

Itinerários formativos

Tudo o que for ensinado deverá estar contido em 5 “itinerários formativos”. São eles:

  • Linguagens e suas tecnologias;
  • Matemática e suas tecnologias;
  • Ciências da natureza e suas tecnologias;
  • Ciências humanas e sociais aplicadas;
  • Formação técnica e profissional.

As escolas, porém, não precisam oferecer uma formação educacional que abranja todos esses itinerários. Elas podem se concentrar em apenas um.

Carga horária e distribuição de conteúdos

A carga horária aumenta de 800 horas para 1.400 horas ― as escolas têm até 2022 para se adequar.

60% do tempo deverá ser destinado obrigatoriamente aos conteúdos comuns da Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Os outros 40% poderão ser oferecidos pela escola de forma optativa, de acordo com o interesse do aluno ou seguindo as diretrizes da BNCC.

Período integral

O aumento da carga horária também tem o objetivo de cumprir a meta 6 do Plano Nacional de Educação (PNE), a qual prevê a presença de ensino em tempo integral em 50% das escolas, com a taxa de 25% de matrículas.

Inglês

Toda escola deverá oferecer o ensino de língua inglesa, agora obrigatório a partir do 6º ano do Ensino Fundamental. Se a escola oferecer mais de um idioma, um deles deverá ser o inglês.

Por que críticas apontam enfraquecimento na formação integral do aluno?

As principais críticas quanto ao novo Ensino Médio são referentes à suposta falta de um diagnóstico claro para a determinação dos currículos considerados obrigatórios ou flexíveis. Alguns especialistas temem que as escolas ― sobretudo públicas ― adotem como currículo flexível somente conteúdos possíveis de acordo com sua realidade.

Por outro lado, a determinação de manter somente 3 disciplinas obrigatórias (Português, Matemática e Inglês) e tornar optativas as demais (Artes, Filosofia, História, Geografia, Sociologia, Física, Química, Biologia, Educação Física e o próprio ensino técnico) pode instrumentalizar o ensino e dar uma noção ao aluno de que os conhecimentos não são de igual importância. Com isso, acredita-se que a formação integral do aluno e o desenvolvimento de competências e habilidades, como o pensamento crítico e a cidadania, estariam prejudicados.

Como reter os estudantes diante de tais mudanças?

Um dos maiores desafios da educação brasileira é frear a evasão escolar no Ensino Médio. Nesse sentido, as escolas precisam empenhar-se em promover um processo de ensino-aprendizagem inovador, que torne o aluno protagonista e o faça reconhecer a transversalidade dos conhecimentos e valores intrínsecos à formação integral, independentemente de aptidões e habilidades específicas.

Para tanto, faz-se necessária ampla compreensão das competências gerais e específicas da BNCC, para agir da maneira mais eficaz nesse ambiente de mudança e tornar o ensino atraente, como forma de incentivar os estudantes a permanecerem na escola.

Falar de desafios da gestão escolar e reforma no Ensino Médio também é um assunto que inspira cautela e o profundo entendimento da realidade social dos estudantes. Com isso, é importante que as equipes pedagógicas ajam de maneira coordenada, não apenas amparando-se legalmente, mas principalmente investindo em conhecer seus estudantes, para que os professores consigam subsídios suficientes para conduzir um trabalho de qualidade nesse novo contexto.

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