Saiba por que a empatia, uma das funções mais nobres da inteligência, se destaca como uma competência fundamental para o convívio social!
Entre as habilidades socioemocionais, o desenvolvimento da empatia se destaca como fundamental para o nosso bem-estar emocional, bem como para o estabelecimento de relações interpessoais saudáveis ao longo da vida.
Ao contrário do que se pode pensar, a palavra não expressa um sentimento, mas sim um comportamento. Desse modo, seu significado está ligado à capacidade do indivíduo de se colocar no lugar do outro, buscando perceber e compreender suas intenções, desejos e motivações.
Para Augusto Cury, trata-se de uma das funções mais importantes da inteligência, uma vez que propicia a compreensão e o conhecimento de nossos próprios sentimentos e dos outros. A empatia estimula a reciprocidade e a interconectividade, além de melhorar nossa comunicação pessoal e social.
Uma vez entendida como função da inteligência humana, a empatia diz respeito, antes de tudo, ao gerenciamento das emoções e pode ser desenvolvida desde a infância. Para saber mais sobre a empatia e seu impacto positivo no desenvolvimento infantil e na qualidade de vida das pessoas, continue a leitura!
O que é empatia
A empatia refere-se à habilidade psíquica de perceber o mundo a partir do olhar de uma outra pessoa, isto é, de compreender de maneira profunda as razões e sentimentos que motivam as suas ações, evitando julgamentos antecipados.
Uma vez que é considerada um comportamento, e não um sentimento, pode ser aprendida e desenvolvida desde a infância até a vida adulta. Importa frisar que empatia não significa a mesma coisa que simpatia, pois não exige sintonia ou identificação com as emoções e pensamentos do outro. Por essa razão, ela é capaz de criar conexões ou pontes de entendimento entre pessoas muito diferentes.
Adotar um comportamento empático significa superar as barreiras do egoísmo e do preconceito. Observar a realidade a partir de outros pontos de vista possibilita a ampliação de nosso olhar e o enriquecimento de nossa experiência no mundo.
Como consequência, a empatia diminui os conflitos e melhora nossa comunicação interpessoal, contribuindo, assim, para a construção de relações mais saudáveis e para a saúde emocional dos indivíduos.
Os tipos de empatia
De acordo com os psicólogos Daniel Goleman e Paul Ekman, a empatia pode ser dividida em três tipos ou subgrupos.
Empatia cognitiva
Chamada também de tomada de perspectiva, a empatia cognitiva diz respeito à habilidade de compreensão sobre como a outra pessoa se sente e até o que está pensando. Está ancorada no conhecimento de processos cognitivos, comuns a todos nós, que desencadeiam determinados comportamentos.
Em outras palavras, esse tipo de empatia requer um entendimento a nível intelectual das outras pessoas, sendo fortemente estimulada nas áreas de formação de líderes e de comunicação.
Empatia emocional
A empatia emocional, ou afetiva, caracteriza-se pela capacidade de compartilhar sentimentos com outra pessoa. Essa forma de reconhecimento sensorial pode traduzir-se até em sensações físicas, havendo relatos de pessoas que, literalmente, sentem a dor do outro fisicamente.
Exige alto quociente emocional e certa ponderação, uma vez que pode levar ao esgotamento psicológico. Como ajuda a desenvolver maior conexão entre os indivíduos, pode fortalecer laços afetivos entre familiares e até colegas de trabalho.
Empatia compassiva
Pode ser definida como um tipo de empatia completa, pois vai além da compreensão e compartilhamento de emoções, envolvendo a mobilização para ajudar. A empatia compassiva, de certa forma, representa a união das duas anteriores, pois capacita a pessoa a não só identificar o problema do outro como a agir em direção à resolução desse mesmo problema.
Pode trazer reconhecimento, fonte de inspiração e cumplicidade; no entanto, quando extremada, pode traduzir-se em excesso de responsabilidade e sentimento de culpa.
O comportamento de quem é empático
Ser empático é, antes de tudo, ser um bom ouvinte. É ter abertura para conhecer a realidade do outro e tudo o que ele comunica, inclusive o que não é dito, mas que pode ser percebido no tom de voz ou no olhar.
Sabendo ouvir, pessoas empáticas não fazem julgamentos precipitados sobre o comportamento do outro, procurando perceber, primeiramente, as razões que o levam a agir de determinada maneira. Além disso, essas pessoas sabem praticar o perdão, são compreensivas e conseguem estabelecer um equilíbrio entre o que elas esperam e o que o outro pode oferecer.
Elas também estão sempre dispostas a ajudar, a contribuir para que problemas sejam solucionados. São atentas às necessidades do outro e oferecem ajuda porque realmente se importam com suas dúvidas ou dores.
Por fim, essas pessoas tratam os outros da maneira como esperam ser tratadas. Por distribuírem compreensão e bondade, é isso que elas recebem de volta.
O poder da empatia como uma via de mão dupla
Os benefícios não são sentidos apenas por quem convive com uma pessoa empática. A empatia torna igualmente melhor o cotidiano de quem se dispõe a cultivá-la em suas relações, produzindo um impacto positivo em sua qualidade de vida.
Na família, a convivência torna-se mais leve. Graças à tolerância para lidar com as diferentes personalidades, a pessoa empática desfruta de paciência e apoio no relacionamento familiar. Nos estudos ou no ambiente profissional, por saber compreender os diferentes pontos de vista, quem tem empatia consegue expor melhor suas ideias sem invalidar a contribuição de cada colega, alcançando êxito no trabalho em equipe.
No relacionamento com os amigos ou o parceiro, o cultivo dessa habilidade fortalece a confiança entre as pessoas. Elas se abrem mais e conseguem construir vínculos pautados pelo respeito à verdade do outro, favorecendo a durabilidade das relações.
Quanto mais é praticada, mais seus efeitos positivos multiplicam-se sobre as diferentes áreas da vida. E por se tratar de uma habilidade, tudo será uma questão de disponibilidade para o aprendizado, sendo que, quanto antes as lições começarem, melhor.
Aprendizado e benefícios a longo prazo
Não é fácil praticar a empatia, especialmente em meio a uma vida agitada e, muitas vezes, estressante. Mas, com persistência, é possível realizar pequenas mudanças de comportamento e, aos poucos, perceber as melhorias no relacionamento em família, no trabalho ou entre amigos.
Vivendo uma lição a cada dia, a capacidade de se colocar no lugar do outro torna-se a regra principal para o convívio social, guiando um comportamento que trará sucesso nas relações, seja em que situação for.
A importância da empatia no desenvolvimento infantil
À medida que crescem, as crianças ampliam o círculo social, experimentando interações que favorecem a aquisição da empatia e de outras habilidades socioemocionais importantes para a aprendizagem e o desenvolvimento infantil.
Quando experimentam a empatia no convívio familiar, aprendendo com os pais a exercê-la no dia a dia, os filhos constroem mecanismos para lidar melhor com os desafios da escola, e é possível perceber reflexos positivos sobre o desempenho escolar e sobre o comportamento da criança como um todo.
As habilidades empáticas oferecem múltiplos benefícios ao desenvolvimento infantil. A criança que é estimulada, desde cedo, a se importar com o outro tende a desenvolver maior autoestima, autoconfiança e autocontrole, diminuindo assim as chances de apresentar comportamentos agressivos.
Além disso, os pequenos adquirem maior desenvoltura social, isto é, maior capacidade de ouvir o outro, de gerir e comunicar os próprios sentimentos e disposição para ajudar. As competências socioemocionais refletem positivamente nas relações, no aprendizado, no desempenho escolar, ou seja, na qualidade de vida infantil. Sem dúvida, crianças empáticas são mais felizes!
O Programa Escola da Inteligência reconhece o poder da empatia e compreende o desenvolvimento das habilidades socioemocionais como um dos pilares do processo educacional. Para saber mais, entre em contato conosco!