Entenda a importância do autoconhecimento na construção do indivíduo e na busca do seu verdadeiro ser. Confira o artigo!
Desde o início dos tempos a busca por identidade predominou na sociedade humana. Egípcios, gregos e romanos por exemplo, eram conhecidos por seus enormes monumentos e suas religiões, as Pirâmides, o Partenon e Coliseu, também são grandes exemplos de construções que representavam e ainda representam, o grande poder, não só arquitetônico, mas também intelectual e religioso dessas civilizações. Conforme o dicionário Michaelis, identidade é “Uma Série de características próprias de uma pessoa ou coisa por meio das quais podemos distingui-las” e “Relação de semelhança total e absoluta dirigida a todos os valores das variáveis envolvidas”.
Pode-se notar que identidade não necessariamente é algo singular, mas também coletivo, por isso destacamos a importância do ensino socioemocional desde os primeiros anos escolares, pois quanto mais cedo a pessoa souber quem ela é, de onde veio e o que pode fazer pela sociedade e por si mesmo, melhor.
Foi citado Egito, Grécia e Roma, mas e o Brasil? Quando a preocupação por uma identidade cultural, patrimonial e nacional começou? Vamos historiar um pouco. Primeiramente temos que trazer ao leitor, que a “preocupação” com a preservação patrimonial não começou na República Brasileira, porém, a legislação que deu corpo às políticas públicas de patrimônio, sim.
O primeiro indício de preocupação de preservação do patrimônio cultural começou no período colonial com a fundação da Real Biblioteca, em 1810. Posteriormente, já em 1824, com Constituição do Estado Imperial Brasileiro houve a previsão da criação do Arquivo Nacional, que acabou por ser implantado em 1838, cuja função era ser o protetor dos livros e documentos referente à memória nacional (FERNANDES, 2016). Mesmo com atraso de quase um século, referente aos países europeus, mais precisamente a França, que em sua revolução de 1789 com a saída do regime absolutista do poder e a criação do Estado-nação, iniciando assim as políticas interesse na preservação de monumentos históricos e que seria responsabilidade do Estado Francês criação de políticas públicas para essa questão, pois só assim criariam e/ou mantinham uma identidade referente à vitória em cima do regime absolutista de poder. Sendo assim a população francesa deixava a posição de súdito e se tornava cidadão, com isso ganhava espaço no Brasil a preocupação com ato de preservar, também em questão da memória nacional e da criação de um povo-nação, a exemplo dos fatos pós-revolução francesa, citada acima.
A ideia dos franceses em preservar esses monumentos era criar uma identidade de população, com direitos e deveres e não apenas deveres, como era antes. Com o estudo da mente não é diferente, muitas pessoas são plateia no teatro da sua própria vida e não protagonista (CURY, 2006) e isso é perigoso, pois por não se conhecer, pessoas passam por cima de princípios adquiridos ao longo de suas vida para simplesmente agradar alguém e/ou ser aceito por um determinado grupo social, principalmente os adolescentes, com isso vem a depressão e um grande índice de suicídio infanto-adolescente.
No ano de 2017 foi homologada na gestão do Presidente Michel Temer e do Ministro da Educação, Mendonça Filho a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), onde era prevista pela constituição brasileira de 1988 essa base, através de uma política educacional integrada e analisada por especialistas de várias áreas de conhecimento, e uma das disciplinas principais da BNCC, é a educação socioemocional, conforme o texto da petição.
Na BNCC, competência é definida como a mobilização de conhecimentos (conceitos e procedimentos), habilidades (práticas, cognitivas e socioemocionais), atitudes e valores para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho. (BNCC, 2017)
Isso demostra a importância de buscar o conhecimento próprio de uma pessoa ou grupo social, de uma identidade para que possa cumprir, devido aos seus valores, a resolução de problemas complexos, respeito pelo outro e principalmente por si mesmo, conforme o texto da BNCC citado acima.
Com base na Teoria da Inteligência Multifocal, desenvolvida pelo Dr. Augusto Cury, o Programa Escola da Inteligência, trabalha na educação básica, o desenvolvimento de competências socioemocionais, agindo na prevenção, no ato de pensar e não na consequência, entre elas o autoconhecimento, dando espaço para o indivíduo buscar sua própria identidade e assim ser o verdadeiro autor de sua história e não mais plateia. Como foi visto, a busca por identidade, seja de uma sociedade ou até mesmo de uma pessoa em seu particular, norteia as relações humanas, pois sem autoconhecimento dificilmente uma pessoa pode ser saudável nas questões emocionais, podendo causar, como por exemplo, doenças psicossomáticas, depressão, entre outras. Por isso a importância da educação socioemocional nas escolas, entendendo que o ensino das disciplinas básicas como matemática e geografia, por exemplo, leva o aluno ao aprendizado cognitivo e não ao aprendizado de si mesmo, que é o mais importante e um dos mais difíceis, se não o mais, dos saberes humanos.
João Gonzalez atua como Consultor Educacional na Escola da Inteligência e é graduado em História e mestrando em Planejamento e Análise de Políticas Públicas, pela Unesp de Franca.
REFERÊNCIAS
CURY, A. J. Inteligência Multifocal: a análise da construção dos pensamentos e da formação de pensadores. 8ª ed. São Paulo: Cultrix, 2006.
FERNANDES, J. R. Oriá. Muito antes do SPHAN: a política de patrimônio histórico no Brasil (1838-1937). Cultura Digital. Disponível em:
<http://culturadigital.br/politicaculturalcasaderuibarbosa/files/2010/09/18-
JOS%C3%89-RICARDO-ORI%C3%81-FERNANDES.1.pdf>. Acesso em 05 fev.
2016.
GONZALEZ, João Heltes de Melo. Estudos sobre as políticas públicas de patrimônio cultural em Ribeirão Preto. Ribeirão Preto/SP, 2017. ROSA, Lilian R. O.; RICCI, M. O.; SILVA, A. Memória, identidades e políticas públicas de cultura. Jundiaí: Paco Editorial, 2016.