Entenda por que os comportamentos sociais são fundamentais para o desenvolvimento de habilidades que favorecem a construção de relações saudáveis!
O que é comportamento social?
O comportamento social pode ser entendido a partir da interação entre dois seres, resultando em atitudes que afetam, seja de maneira saudável ou não, o comportamento ou até mesmo a vida do outro.
A partir dessa interação, nasce a importância de entendermos o funcionamento dos nossos comportamentos, pois eles podem impactar não apenas nossa vida, mas também a vida de outras pessoas. É nesse sentido que precisamos refletir sobre o nosso desempenho social, ou seja, a nossa capacidade de conviver socialmente e estratégias que escolhemos e usamos nessas relações.
Por que habilidades sociais se relacionam com comportamentos sociais?
O comportamento social está intimamente ligado à habilidade social, visto que ela é um agrupamento dos desempenhos sociais apresentados por nós, dependendo do contexto ou do cenário que estamos inseridos.
Dessa maneira, a habilidade social é uma reunião dos comportamentos sociais observáveis no momento, anteriormente e posteriormente e é influenciada também por regras, crenças e valores culturais ou situacionais.
De acordo com os Del Prette e o Sistema de Habilidades Sociais Educativas (SHSE) criado por eles, as habilidades sociais são educativas, pois podem produzir transformações no repertório comportamental, por isso precisamos entender o que são comportamentos sociais desejáveis e comportamentos sociais indesejáveis e como podemos desenvolvê-los ou evitá-los.
Diferenças entre comportamentos sociais
Os comportamentos sociais desejáveis são pautados no respeito, qualidade e efetividade das relações, colaborando e favorecendo a boa convivência em sociedade.
Já os comportamentos sociais indesejáveis incluem comportamentos agressivos ou passivos, tanto físicos quanto verbais, que trazem consequências para todos – indivíduo, família e sociedade. Esses comportamentos contrariam valores compartilhados e comprometem o desenvolvimento dos pontos que os comportamentos sociais desejáveis estimulam.
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Esse tipo de comportamento social indesejável pode ser classificado em dois subgrupos, antissociais e associais, que quando não são identificados e não recebem os devidos cuidados, podem desencadear transtornos psíquicos.
Por que desenvolver o comportamento social desejável?
O ser humano aprende principalmente através de duas formas: pelo exemplo e pela prática, o famoso “quando colocamos a mão na massa”.
Entender a importância e a responsabilidade de ser exemplo para alguém é entender o papel do educador, seja você professor, pai, mãe, responsável legal ou digital influencer, qualquer um de nós é exemplo. A grande questão que fica é: que tipo de exemplo queremos ser?
Quando pensamos na nobre missão dos educadores, Argyle foi o pioneiro em incluir as habilidades sociais no processo de ensino-aprendizagem e na relação entre professor e aluno, listando três pontos fundamentais que devem fazer parte do processo de educar: gerar motivação, assegurar disciplina e disseminar conhecimentos. Dessa forma, as habilidades do professor vão muito além dos conceitos e princípios técnicos, incluindo habilidades interpessoais.
Para além do contexto escolar, demonstrações de carinho e afeto são essenciais para o desenvolvimento dos comportamentos sociais desejáveis. É importante que as crianças e os adolescentes percebam esse amor, recebam esse apoio e sejam envoltos pela atenção daqueles que os cercam nas questões cotidianas da vida. São nesses momentos de dedicação, atenção e conhecimento do dia-a-dia que se estabelece a prática educativa.
Oferecendo, transmitindo e sendo exemplo de empatia, honestidade, justiça, generosidade e tantos outros valores fundamentais, podemos ser facilitadores para que essas crianças e adolescentes possam desenvolver as habilidades sociais por meio do aprendizado do comportamento social desejável.
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Ponto de equilíbrio: é possível
É muito difícil ter comportamentos desejáveis a todo momento, ou seja, ser gentil o tempo todo, falar sempre a verdade, se colocar no lugar do outro, ser grato pelo que as pessoas fazem e retribuir, fazer pelas pessoas sem esperar nada em troca, respeitar as diferentes opiniões e tantos outros comportamentos que gostaríamos de ter mais vezes ao dia.
Infelizmente, emoções não saudáveis como a tristeza e a raiva acabam por influenciar nossos comportamentos sociais também, tornando-os indesejáveis, como quando gritamos, ofendemos, batemos em alguém ou mesmo quando nos isolamos e não queremos contato com “o mundo lá fora”.
A prática dos comportamentos desejáveis é nosso desafio diário! Confira algumas dicas para potencializar os comportamentos desejáveis e evitar os indesejáveis:
- Organizar ambientes e cenários que favoreçam a aprendizagem;
- Negociar regras e determinar limites;
- Explicar e analisar comportamentos desejáveis;
- Mediar conflitos;
- Solicitar mudança de comportamento, ou impedir comportamento, se necessário;
- Apresentar relação entre comportamento, o que aconteceu antes e as consequências;
- Apresentar informações, modelos e instruções;
- Dar feedback e elogiar;
- Demonstrar empatia sempre, e discordar, caso seja necessário;
- Estimular a autoavaliação.
Seria um sonho prazeroso pensarmos em uma sociedade em que não haveria mais comportamentos indesejáveis, porém esse sonho é muito difícil de ser alcançado, visto que o ser humano é passível de erros.
Contudo, ainda é possível alcançarmos o equilíbrio, trabalhando essas habilidades sociais a serem desenvolvidas por meio dos comportamentos sociais, podendo alterar as relações com diferentes formas de entendimento, aceitação e desempenho social, transformando nossos erros em oportunidades de aprendizado.
Gostou do artigo da nossa especialista? Então entenda a importância das habilidades socioemocionais para profissionais do futuro.
Andressa Pellis Pimentel
Coordenadora Educacional da Escola da Inteligência, Psicóloga pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), pós-graduada em Psicologia Jurídica pelo IPEBJ, Mediadora de Conflitos pelo Instituto ConversAções e MBA em Gestão de Pessoas e Liderança pela FGV.