Neste artigo, traremos 8 dicas que vão lhe ajudar a ressignificar a culpa e a autocobrança na sua mente.
Quem nunca fez algo e, minutos depois, pensou: por que eu fiz isso? Logo depois da culpa, vem a autocobrança fazendo com que pensamentos devastadores assombrem ainda mais a nossa mente.
Mas afinal, o que é culpa e autocobrança?
O sentimento de culpa é, na maioria das vezes, a racionalização sobre uma emoção, como, por exemplo, a raiva.
Após observarmos nosso próprio comportamento, surgem pensamentos “automáticos”: acreditamos que poderíamos ter feito diferente, agido com mais paciência com os filhos, ter dado maior importância para o que alguém nos disse etc; é a autocobrança falando conosco.
Como se não bastasse sentir culpa e autocobrança, a nossa fiel escudeira, a ansiedade, quase sempre está presente antecipando possíveis sofrimentos futuros.
Quando surge o excesso de culpa e autocobrança?
Ele aparece lá na infância, por situações que passamos e, principalmente, por necessidades emocionais que não foram atendidas. É nessa fase que nós criamos crenças de que “nada está bom” ou de que “devo sempre atender o outro da melhor maneira”.
Quando fazemos algo que não vai de acordo com essas crenças, a culpa entra em ação e desencadeia a autocobrança e, com elas, vem o sofrimento.
Por isso, cultivar essas crenças é totalmente disfuncional e cria um ciclo automático que vai se repetir por toda a vida, a menos que ele seja ressignificado.
Para facilitar a compreensão, vamos analisar o seguinte exemplo:
Maria é uma mãe que se doa ao máximo para seu filho e para todas as pessoas que estão a sua volta, mas ela vem esquecendo de algumas coisas e isso vem lhe incomodando.
Na segunda feira, pela manhã, percebeu que seu filho Júnior de 10 anos não se alimentou, mas esqueceu de lhe dar um dinheiro para o lanche na escola. Maria se sentiu muito mal e teve pensamentos com o seguinte conteúdo: “não sou uma mãe suficientemente boa”, “ meu filho vai ficar com fome e a culpa é toda minha”.
Muito provável que Maria não refletiu que aquela foi uma ótima oportunidade para que seu filho Júnior criasse autonomia e estratégias diante da situação, colocando em prática a competência da resolução de problemas e desenvolvendo sua inteligência.
O exemplo anterior é muito comum, e por mais que pessoas ao nosso redor digam que não é nossa culpa, nosso pensamento sempre vai achar e dizer que é sim.
Um bom trabalho de gerenciamento de pensamentos e emoções nos faz parar e olhar para dentro de nós mesmos e, quando compreendemos que não temos o controle de tudo, assumimos o leme de nossa vida e conseguimos navegar novamente por águas mais calmas.
Confira algumas dicas que podem lhe ajudar a sair desse ciclo automático de culpa-autocobrança:
1. CALMA, VAI FICAR TUDO BEM! Não se autodeprecie, pois se você não olhar com amor para si mesmo, quem irá olhar?
2. Reflita sobre seu passado…
Muitas de nossas crenças foram construídas lá na nossa infância, pelo trato que nossa família tinha conosco. Por isso, preste atenção se esse padrão de pensamento não é algo que você reproduz da sua família, se seus pais não eram modelo de exigência exagerada.
3. Tente descobrir se a autocobrança não foi uma necessidade emocional que, por algum motivo, faltou pra você no passado e, por isso, hoje você acaba querendo supercompensar.
4. Não seja tão crítico consigo mesmo.
5. Cuidado com a busca da perfeição, pois essa é uma armadilha da mente muito traiçoeira.
6. Estabeleça padrões que você consegue cumprir, com intuito de respeitar a si mesmo e suas limitações.
7. Quando se envolver com alguma atividade, faça o seu melhor, pois sua consciência irá lhe enaltecer após a realização e não lhe jogar para baixo.
8. Não fuja de tarefas que você possa ser julgado, é preciso enfrentar e olhar de forma multifocal para os julgamentos, sem se sentir culpado.
Por fim, seja líder de si mesmo e autor da própria história, pois só você é capaz de duvidar de seus pensamentos, criticá-los e determinar um novo comportamento frente a toda essa culpa e autocobrança.
Espero que tenha gostado do artigo e que ele possa lhe ajudar a ressignificar esses sentimentos. Aproveite também para ler este outro blog post e saiba como trabalhar a mente para reclamar menos.
Deiver de Lima Greboggy
Psicólogo, Pedagogo, Especialista em Terapia Cognitiva, MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, Pós-graduando em Competências Socioemocionais.