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Gestão da emoção: como aplicar esse conceito na escola?Tempo de leitura estimado: 9 min.

Olhar para si e compreender os próprios sentimentos é parte fundamental do processo de desenvolvimento de competências que auxiliam na construção e na manutenção de relacionamentos sadios no contexto escolar. Saiba mais!

Você já ouviu falar sobre gestão da emoção? Além de melhoras significativas na qualidade de vida e bem-estar pessoal, sua aplicação no ambiente escolar também tem produzido efeitos muito positivos no que diz respeito ao convívio entre diretores, professores, estudantes, familiares e demais envolvidos no processo educacional.

No entanto, antes de saber como ela funciona na prática, é necessário compreender um pouco mais sobre o conceito. Em outras palavras, o primeiro passo para uma aplicação eficiente da gestão da emoção na escola é estar atento ao que ela tem para nos ensinar sobre nós mesmos, sobre as outras pessoas e, principalmente, sobre as nossas relações.

Neste post, falaremos sobre o assunto, explicando o que é a gestão da emoção, quais benefícios proporciona aos estudantes e como você pode aplicá-la em sua instituição de ensino. Ficou interessado? Então, vamos lá!

O que é gestão da emoção?

De modo geral, o conceito está relacionado com o gerenciamento das habilidades socioemocionais de autoconhecimento e autocontrole. Quando dizemos que alguém tem inteligência emocional, estamos nos referindo à sua capacidade de observar, identificar, avaliar, controlar e expressar os próprios sentimentos.

Essa competência assegura a construção de relacionamentos mais positivos e saudáveis — seja na vida pessoal ou profissional —, visto que os sujeitos que administram bem as próprias emoções tendem a ser menos reativos e mais empáticos, isto é, conseguem lidar melhor com situações conflitivas e se comunicam de maneira mais eficiente.

Por que ensinar os alunos a gerenciarem suas emoções?

A gestão da emoção traz benefícios para todos os participantes do processo educacional: diretores, professores, alunos e familiares. Focamos, a seguir, nos principais ganhos que a educação emocional pode proporcionar aos estudantes!

Desenvolvimento da autonomia

Na medida em que os alunos são incentivados a olharem para si com honestidade a fim de compreender, distinguir e canalizar os sentimentos para algo positivo, eles estão aprendendo a se relacionarem melhor consigo mesmos. Vale dizer que o relacionamento intrapessoal determina a qualidade de todas as outras relações que estabelecemos ao longo da vida.

Assim, esse processo de autoconhecimento colabora para que os estudantes aprendam a lidar com emoções prejudiciais, como insegurança e ansiedade. Tal aprendizado traz um impacto direto em sua autoestima, autoconfiança e em sua capacidade de agir de modo resiliente e autônomo, ou seja, em sua capacidade de arriscar, de efetuar escolhas e de aprender com erros e frustrações.

Aprendizagem significativa

Um aprendizado efetivo só pode ser alcançado se houver aprendizado significativo. O que isso quer dizer? O conhecimento precisa fazer sentido para o estudante, alcançar a sua realidade e dialogar com as diversas instâncias de sua vida (mente, corpo, emoção e relações).

Os alunos que recebem uma educação emocional apresentam, em geral, melhor desempenho e rendimento escolar. Isso acontece pois, ao conseguirem gerenciar suas próprias emoções, seus níveis de concentração e atenção aumentam. Além disso, esse tipo de formação integral torna-os mais motivados e engajados com a própria aprendizagem.

Aperfeiçoamento da comunicação

Não basta apenas identificar e compreender os próprios sentimentos, é também necessário aprender a expressá-los. Mais do que isso, para que haja uma comunicação assertiva e não violenta, tão importante quanto aprender a dizer é aprender a ouvir.

A inteligência emocional estimula, assim, a expressão clara das próprias emoções, a escuta ativa e, principalmente, a capacidade empática (de se colocar no lugar do outro). Esse aperfeiçoamento da comunicação faz com que os envolvidos construam vínculos mais fortes, de respeito e compreensão mútua.

Melhoria no convívio escolar

Um dos benefícios mais importantes de trabalhar a gestão da emoção nas escolas é estabelecer relações mais harmoniosas e saudáveis dentro desse ambiente. Uma vez que as emoções de todos se tornam mais controladas, há uma diminuição expressiva nos casos de violência, conflito e bullying entre os alunos.

A melhoria no convívio escolar se reflete de maneira direita na qualidade de vida e no bem-estar não só dos alunos, mas de todos os envolvidos no processo educativo. A educação, desse modo, se torna uma realidade significativa e enriquecedora!

Como aplicá-la no contexto escolar?

Ainda tem dúvidas sobre a aplicabilidade da gestão da emoção no ambiente escolar? Gostaria de saber como estimular também sua equipe a desenvolver esse tipo de habilidade e organizar um ambiente de verdadeira colaboração?

Pensando nisso, separamos algumas dicas práticas para você. Não deixe de conferir!

Conheça todos os colaboradores da escola

Mais do que saber os nomes e a função desempenhada por cada um dos colaboradores da instituição, estamos nos referindo aqui à dedicação em descobrir os potenciais, as limitações, os medos e os sonhos que movem cada um deles.

Não é possível alcançar resultados satisfatórios em nível coletivo sem levar em conta as necessidades individuais. A construção de um ambiente de trabalho harmonioso começa na motivação e no bem-estar de seus funcionários.

Importante não esquecer que as escolas são feitas de pessoas, isto é, não há como desenvolver planos de ação eficientes sem abrir espaço para a expressão das emoções. Conhecer a trajetória de todos os membros da equipe e manter o diálogo aberto — propondo, por exemplo, rodas de conversa em que todos tenham oportunidade de comunicar suas dificuldades, descontentamentos e aspirações — são estratégias eficientes que não devem ser negligenciadas pelos gestores.

Atitudes simples como essas podem evitar futuros conflitos ou ruídos na comunicação. Ah, praticar e estimular a empatia também é fundamental! Portanto, lembre-se sempre de ouvir com profunda atenção o que o outro está dizendo, procurando compreender como ele se sente naquele momento ou como se sentiu ao vivenciar uma determinada situação.

Ofereça feedbacks positivos

Augusto Cury, em seu livro Gestão da Emoção, diz ser preciso “exaltar a pessoa que erra antes de exaltar o erro dela”. Com isso, ele pretende alertar para algo que fazemos de forma inconsciente: focar excessivamente no erro praticado pela pessoa em vez de estimulá-la a melhorar e se desenvolver.

Tecer críticas negativas, além de não ajudar em nada no processo de aprendizado e evolução profissional da pessoa que as recebe, impulsiona nela sentimentos muito nocivos, como a ansiedade e a insegurança.

Por sua vez, a crítica positiva demonstra que você tem confiança na capacidade do outro e que acredita em seu potencial. Faz parte de uma comunicação eficiente diagnosticar o problema e oferecer maneiras de resolvê-lo.

O intuito principal é sempre disponibilizar oportunidades de desenvolvimento, por isso, antes de emitir um juízo sobre o comportamento do outro, pergunte-se se aquilo vai ajudá-lo — se não for, guarde sua opinião para você.

Ademais, receber um feedback que não seja ofensivo colabora para o nosso processo de autoconhecimento. Sujeitos emocionalmente maduros desejam recebê-lo e tiram o melhor proveito dele!

Realize capacitações constantes

A capacidade de gerir as próprias emoções não é inata, o que significa que ela deve ser aprendida. Todos nós precisamos nos dedicar a isso constantemente, inclusive as pessoas que aparentemente estão avançadas no processo.

No ambiente profissional, o fator racional é demasiadamente valorizado. Em função disso, é frequente encontrar sujeitos com extrema capacidade técnica e intelectual, mas que são muito pouco preparados emocionalmente. O resultado são equipes altamente competitivas e muito propensas ao conflito. Quem ganha com isso? Ninguém.

Investir constantemente na capacitação socioemocional de seus funcionários é uma maneira de incentivar a criação de relações colaborativas, saudáveis e extremamente produtivas, sobretudo se os colaboradores dessa equipe já são profissionais tecnicamente bem formados. Aprender a trabalhar em equipe significa construir um propósito conjunto, ou seja, todos olharem juntos para uma mesma direção. Para tanto, o aprendizado da gestão da emoção é peça-chave!

Valorize a comunicação interna

A comunicação tem extrema relevância para o exercício da empatia. Para sermos compreendidos ou compreender como o outro se sente, devemos nos preparar para o diálogo aberto e franco.

O diálogo parece algo que faz parte de nosso cotidiano, mas não é tão simples assim. Para que ele exista de fato, é necessário aprendermos e nos dispormos a expressar claramente e a ouvir verdadeiramente. A palavra comunicação vem do termo latino communicare, que significa partilhar, tornar algo comum. Pressupõe, dessa forma, uma troca mútua, um compartilhamento de sentido.

Se queremos transmitir aos nossos alunos a importância da empatia e do respeito às diferenças, essas atitudes precisam ser valorizadas nas relações entre os colegas de trabalho. Conhecer as experiências alheias é vital para a superação das divergências de opinião, que são frequentes em espaços de convivência comum e, consequentemente, em escolas.

Elencamos aqui dicas simples para aplicar a gestão da emoção nas escolas, no entanto, como já foi dito, o aprendizado as ultrapassa e deve ser constante. Se você exerce uma função de liderança dentro da instituição, sua responsabilidade é ainda maior. Portanto, dê o exemplo!

O sucesso na vida profissional e pessoal depende de quão bem estamos emocionalmente e de quão sadias são as relações que construímos. É verdade que para desenvolver essa competência é preciso muito esforço, disposição e dedicação, mas asseguramos que vale muito a pena!

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